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HarperCollins 200 anos. Desde 1817.

 

Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 1998 Kathryn Attalla

© 2017 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Tempo de descobertas, n.º 269 - novembro 2017

Título original: The Scandalous Heiress

Publicado originalmente por Silhouette® Books.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-9170-632-8

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Capítulo Onze

Capítulo Doze

Capítulo Treze

Capítulo Catorze

Capítulo Quinze

Epílogo

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Capítulo Um

 

Mikki olhou para a porta. Enxugou as mãos no avental branco atado à cintura. Estava ansiosa e tensa.

– Tens a certeza de que ele perguntou por mim?

Annie colocou os cabelos grisalhos atrás das orelhas e sorriu.

– É a segunda vez que ele aparece aqui à tua procura.

Mikki sentiu um frio no estômago. Olhou novamente para o homem acomodado na mesa mais distante.

Pouco percebia de moda, mas o fato que ele usava era elegante. Parecia ter custado uma pequena fortuna. O que quereria ele? E como seguira os seus passos desde McAfee?

Os laços que a uniam àquela pequena cidade tinham sido enterrados há sete anos, juntamente com a mãe.

– Parece que viste um fantasma – Annie tocou-lhe no ombro. – Queres que o despache?

Mikki acenou, negativamente, com a cabeça. Queria descobrir o que o homem queria antes de entrar em pânico. Suspeitava que trabalhasse para o fisco. Ajeitou o uniforme cor-de-rosa e deu um passo para a frente.

A multidão que viera almoçar resumia-se, agora, a alguns casais que tomavam café. Uma sirene de um carro da polícia, que passou em alta velocidade, acelerou a pulsação de Mikki e aumentou a sua ansiedade.

Parou à frente da mesa e humedeceu os lábios.

– Por que razão anda a fazer perguntas a meu respeito?

Observou-o, indiferente.

– Michelle Finnley?

Tinha um sotaque que não conseguiu identificar e magníficos olhos acinzentados. Ela franziu a testa.

– E o senhor é… ?

– Clayton Reese – respondeu, oferecendo-lhe a mão.

Mikki aceitou o cumprimento, reparando no magnífico relógio de ouro que trazia no pulso. Uma coisa aprendera com o padrasto: a distinguir o genuíno do falso. O resto era melhor esquecer.

– Não quer sentar-se? – indagou.

Mikki assentiu e acomodou-se num dos bancos. Depois de passar o dia todo de pé, o descanso era bem-vindo.

– O que deseja?

A pausa transformou-se num constrangedor silêncio. Enquanto ele procurava a mala, Mikki aproveitou para estudá-lo melhor.

O queixo anguloso e o nariz recto tornavam-no atraente. O modo como se mexia demonstrava uma certa confiança em tudo o que fazia.

– Foi adoptada por Sara Finnley?

Mikki ficou chocada. Até à morte da mãe, nunca soubera que tinha sido adoptada. Quem era aquele homem que tanto sabia a seu respeito?

– Porquê?

– Responda à minha pergunta.

– É da polícia?

O fato desfez as dúvidas. Aparentava ser, acima de tudo, um executivo. Talvez um advogado.

– Conhece Megan Hawthorne? – indagou.

Embora o nome não lhe fosse familiar, uma estranha sensação envolveu-a.

– Deveria?

– Isso é um «não»?

– Ouça, está a fazer-me inúmeras perguntas para as quais parece já ter resposta. Faz isso por divertimento?

Clayton inclinou-se para a frente. O ar estava abafado e quente. Ficaria provavelmente linda se não tivesse os cabelos presos. As longas pestanas pretas emolduravam-lhe os olhos grandes, fazendo-a parecer mais velha do que os vinte e três anos que tinha.

Ela não era como tinha imaginado. Seria possível aquela empregada ser a filha desaparecida de Richard?

– Tem sido um longo dia, senhor Reese. Gostaria que fosse directo ao assunto.

– Está bem. O meu cliente está a tentar localizar a sua filha biológica.

Os olhos dela pareceram duplicar de tamanho. Encenava ou estava genuinamente surpresa?

– E acha que sou eu?

– É possível. É o que estou a tentar descobrir.

– O que o leva a pensar que quero conhecer os meus pais biológicos?

Ele quase derrubou o conteúdo da chávena de café. Durante vinte anos, Richard seguira todas as pistas, na tentativa de localizar a filha sequestrada.

– Vai cooperar ou não?

– Vou pensar. Onde posso encontrá-lo?

Passou a ponta da língua pelos lábios grossos. Se pretendia distraí-lo com o gesto provocador, conseguira. Clayton esperava obter mais informações, mas sentia que pressioná-la não levaria a nada. Se ela era um fantoche inocente ou uma jogadora experiente, isso tornar-se-ia evidente com o tempo. Tirou um cartão da carteira e escreveu o nome do hotel no verso.

Ela leu a informação e deixou escapar um assobio.

– Bonito lugar.

Levantaram-se. Enquanto ela passava à sua frente, Clayton pousou o olhar nas curvas bonitas. A temperatura do seu corpo subiu, bem como as batidas do coração.

Subitamente, ela virou-se. Ao tentar disfarçar a franca observação, Clayton tropeçou e estendeu as mãos, para agarrar a cintura esguia. As mãos de Mikki agarraram-no pelo casaco e os seus olhares cruzaram-se.

Os olhos de Michelle deixavam transparecer um misto de inocência e experiência. Michelle Finnley era mais do que bonita. Era linda, isso apesar dos seus esforços para prejudicar a própria aparência.

Gradualmente o modo como ela agarrava o seu casaco afrouxou. Livrou-se do abraço e passou as mãos timidamente pela própria roupa.

– Pode respirar agora.

Clayton pegou na mala que estava caída no chão.

– O quê?

– Já toquei em blocos de gelo com mais calor do que você.

Ela não era a primeira mulher a comentar sobre a sua falta de calor humano, mas foi a primeira a provocar dentro de si um incêndio de grandes proporções. Longe de se sentir incomodado com o contacto acidental, apreciara-o.

– Há um telefone público por aqui? – indagou, ansioso por romper o silêncio.

– Ao pé da farmácia – orientou ela, dando um passo para trás. – Voltaremos a falar.

Clayton assentiu e saiu para o pesado ar da cidade. Embora tivesse feito poucos progressos com a evasiva senhora Finnley, prometera telefonar para Richard a seguir ao encontro.

Meteu a mala debaixo do braço e desceu a rua com crescente sensação de inquietude. Como é que uma jovem conseguia sobreviver sozinha naquele sítio?

Dos três telefones públicos perto da farmácia, apenas um funcionava. Procurou a carteira no bolso mas não encontrou nada. Para além de lhe ter roubado o fôlego, roubara-lhe também a carteira!

Clayton voltou a passos largos para o pequeno restaurante. Michelle já não estava lá. Uma mulher em uniforme cor-de-rosa cumprimentou-o.

– Posso ajudá-lo?

– A senhora Finnley ainda está aqui? – indagou, mas já sabia a resposta.

– O turno dela acabou – disse, tirando uma moeda do bolso e oferecendo-a a Clayton. – Deixou-lhe isto.

– O que é?

A gargalhada aclarou o rosto dela.

– Dinheiro para o metro.

 

 

Mikki passou a escova pelo cabelo e lavou o rosto com água fria. Inclinou-se sobre o lavatório, tirou a carteira do bolso e investigou o conteúdo.

Carta de condução emitida em Massachusetts, diversos cartões de negócios e nada menos do que três cartões de crédito, onde se via gravado o nome de Clayton Reese.

Ele não mentira sobre a sua identidade. O que queria? Era demasiado conservador para ser um bom vigarista.

Passou o polegar pelas notas de cem dólares e riu. Não era nenhuma ladra. Pelo menos por opção.

Colocou a carteira na bolsa e trocou de roupa. Poderia chegar ao hotel antes de o senhor Reese descobrir como funcionava o metro de Nova Iorque.

Com uma leve batida na porta, Annie avisou-a da sua partida. Mikki saiu pelas traseiras e apanhou um táxi. Não acreditava na história de Clayton. Se o seu pai biológico queria encontrá-la, por que esperara tanto tempo para entrar em contacto com ela?

Havia qualquer coisa naquela história que não encaixava bem. Qual seria o verdadeiro interesse daquele homem?

 

 

Clayton abriu caminho até à porta giratória. No corredor, respirou profundamente a primeira golfada de ar respirável.

A sua raiva crescera a cada paragem do metro. Tivera de telefonar para o gerente do hotel a pedir uma chave substituta. Três recados de Richard não ajudaram a melhorar o seu humor.

Quando finalmente avistou a porta do quarto, apenas pensava em tomar um banho para banir o cansaço. Depois cancelaria os cartões de crédito.

Ao entrar no quarto, viu a carteira em cima da secretária. Desconfiado, verificou o seu conteúdo.

– Está tudo aí.

Clayton virou-se. Michelle Finnley estava apoiada na parede, sorrindo. Ele conseguiu conter a vontade que sentia de esganar aquele lindo pescoço.

– Como é que conseguiu entrar?

– Pela porta – respondeu, colocando as mãos nos bolsos das calças de ganga. – Não devia andar pela cidade com tanto dinheiro. Alguém pode roubar-lhe a carteira.

– E a senhora não devia entrar no quarto de um estranho. Pode não ser seguro.

O riso dela encheu o quarto.

– O senhor não é um estranho. Sei tudo a seu respeito. Onde trabalha, onde mora, a quem ligar em caso de emergência. Até sei o seu número de segurança social, o que é justo, já que parece saber tanto a meu respeito.

Ele colocou a mala em cima da secretária. Aquela mulher era corajosa, disso não tinha dúvidas.

Michelle acomodou-se numa poltrona. Os seus cabelos sedosos caíam soltos sobre os ombros e o rosto oval não tinha um pingo sequer de maquilhagem. A camisola justa revelava contornos sensuais.

– Vai dizer-me o que se passa ou vamos continuar com esta brincadeira? – perguntou.

Clayton não se importaria de brincar com aquela mulher.

Estava perturbado. O seu trabalho era saber se estava ou não diante de outra vigarista. Em vez disso, tinha pensamentos eróticos!

– Não acredita em subtilezas, não é mesmo?

– Pode ter tempo para isso, mas eu não. E não gosto que pessoas compareçam no meu local de trabalho e façam perguntas a meu respeito.

– Porquê? Tem algo a esconder, Michelle?

– Mikki – corrigiu-o. – E todos temos algo a esconder.

Clayton queria descobrir os seus segredos. Outro problema a ser superado. A situação exigia acima de tudo objectividade, e ele estava a perder a sua com rapidez.

– O que quer saber… Mikki?

Sentou-se na outra poltrona e encontrou um olhar imperturbável.

– Acho difícil acreditar que um pai que me abandonou sem escrúpulos tenha subitamente decidido renovar os laços familiares.

Era evidente a amargura na sua voz, bem como o brilho de raiva no seu olhar.

– Richard Hawthorne não abandonou a filha. Ela foi sequestrada há cerca de vinte anos.

– Richard Hawthorne? Das empresas Hawthorne?

– Então já ouviu falar de Richard?

– Não. Está num dos seus cartões.

Mikki suspirou. A sua primeira impressão fora acertada. Aquele homem era frio e não lhe transmitia muita confiança.

– Sim, bem… Recebi algumas informações…

– De quem? – indagou.

– Pensei que pudesse contar-me algo sobre isso.

– Não faço a menor ideia. Obviamente houve um engano. Pode dizer ao Max que não vou entrar neste jogo.

– Max? – ele franziu as sobrancelhas, pensativo. – Refere-se a Maxwell Blake? Sabe onde eu poderia encontrar o seu padrasto?

– Não faço a menor ideia – disse ela, mas percebeu alguma desconfiança naquele olhar.

Max não era inteligente o bastante, ou tolo o suficiente, para arquitectar aquela trama. Ou era? Quem mais teria a ganhar com aquilo?

«Brilhante, Mikki! Tu terias!», pensou ela.

Não era à toa, portanto, que Clayton Reese a olhava daquela maneira. Pelo que sabia, era inocente. Então, por que razão a opinião daquele homem lhe interessava?

Mas por alguma razão esquisita ela importava-se com isso.

– Lamento que a sua viagem tenha dado em nada.

– Então quer acabar com isto agora?

A pergunta parecia uma acusação. Ela ficou tensa.

– Como assim… acabar?

– O golpe. A trapaça. O que lhe quiser chamar.

– Não há trapaça. Pelo menos da minha parte. Não entrei em contacto consigo. Você é que veio ter comigo.

– Se é verdade, não tem nada a perder se levar isto até ao fim. Quero que venha comigo até Massachusetts um fim-de-semana, para conhecer Richard Hawthorne. Não gastará nada. Todas as despesas serão pagas por ele.

Mikki permaneceu de pé. O primeiro instinto foi declinar a oferta. Aparentemente alguém se metera num problema, ou ela não estaria sentada no quarto de um hotel de primeira classe, a ter aquela conversa com Clayton Reese.

Olhou pela janela, o tráfego na cidade era intenso. Se fosse embora naquele momento, Clayton acharia que estava a tentar enganá-lo.

Um fim-de-semana para provar a sua inocência. Será que as coisas iam correr bem? Ou ver-se-ia implicada em mais um dos esquema do padrasto? Agora já não era menor de idade, o que antes a mantivera fora das grades…

«Afasta-te o mais que puderes», advertiu-se.

Mas uma voz suave, sussurrou-lhe: «E se a informação que Clayton Reese diz possuir for genuína? E se puderes conhecer o teu verdadeiro pai?»

E se fosses a tal herdeira milionária?

Capítulo Dois

 

Clayton pediu ao motorista que esperasse. Será que Mikki lhe dera a morada errada?

Garrafas de cerveja partidas estavam espalhadas pela rua. Um homem de idade agarrava-se a um poste de iluminação.

Clayton parou em frente à porta e bateu. Enquanto aguardava, olhava à sua volta, cauteloso. Expeliu um imenso suspiro de alívio quando Mikki apareceu.

– Chegou cedo – disse ela, segurando a porta aberta para que ele entrasse.

– A casa é sua?

– É uma pensão. Trabalhar num restaurante não me permite pagar um quarto num hotel de luxo…

Um sentimento de culpa invadiu-o.

– Peço desculpa.

– Não é preciso – Mikki encolheu os ombros e conduziu-o pelo corredor estreito.

O quarto dela, menor do que o quarto de vestir de Clayton, continha um beliche e uma cómoda. A luz fria no tecto oferecia a única iluminação. Uma mala estava encostada à parede.

– Embalou todos os seus pertences? – indagou ele, notando o armário vazio.

– É melhor do que voltar para casa e descobrir que fui roubada – respondeu.

Clayton não tinha a certeza do que o aborrecia mais. A vizinhança perigosa em que aquela mulher vivia ou a constatação de que tudo o que ela possuía cabia numa mala.

Michelle passou um pente pelos cabelos e olhou-se ao espelho. A saia preta simples e a blusa creme, embora decotada, davam-lhe um ar de tranquila dignidade. Provavelmente usava os melhores trajes que possuía. Poderia ser mesmo uma Hawthorne?

Parecia haver uma certa semelhança com os traços da família. Ou estaria ele a imaginar o que queria ver?

– É melhor irmos, se queremos apanhar o avião.

– Avião? Não me falou em apanhar um avião.

Michelle empalideceu.

– Algum problema?

– Não. Claro que não.

Clayton não acreditou.

 

 

A tensão diminuiu quando se acomodou no carro. Esticou os braços, para aliviar a tensão.

«Voar é emocionante», pensou. Olhou para o seu companheiro de viagem, que parecia estar a divertir-se muito.

– Qual é a graça?

– Consegue falar! Oh, fale novamente, lindo anjo!

– Grande coisa.

Talvez tivesse deixado a conversa de lado no decorrer do breve voo, mas ele também não fora um mestre em eloquência.

– Nunca andou de avião – o tom surpreso indicava que ele julgava a ideia inconcebível.

– Ora, só agora é que descobriu isso, Sherlock?

Clayton franziu a testa.

– Desculpe-me a ironia.

Talvez Mikki estivesse a exagerar. Nada do que ele dissera parecera intencional, mas aquele homem fazia com que estivesse sempre na defensiva.

– Se for a filha de Richard, precisará de toda essa arrogância para sobreviver no seio daquela família.

Ela arqueou as sobrancelhas perante aquele aviso.

– Conhece-os bem?

– Richard é casado com a minha tia Alícia.

Tia Alícia! Aquele nome não lhe era estranho.

– Está bem?

– Sim – Mikki olhou pela janela quando o carro começou a mover-se. – Pensei que fosse o seu advogado.

– Trabalho para Richard, mas não sou advogado.

– Oh! – esperou por mais pormenores, mas reinou o silêncio. – Quanto tempo viajaremos de carro?

– Cerca de uma hora. Coloque o cinto de segurança e aprecie a paisagem.

Assim que deixaram a cidade de Boston, pôde deliciar-se com lindas paisagens. Os sete anos que vivera em Nova Iorque tinham feito com que Mikki esquecesse a exuberância do verde.

Pensou no Kansas e em tempos melhores, antes da sua mãe se casar com Max. Antes… Não!

Não lidaria com o passado, pois não podia alterá-lo. Os erros que cometera tinham tido como objectivo proteger a única mãe que conhecera.

O que sabia ele do meu passado? Aparentemente, aprofundara a investigação. Levá-la para tão longe significava que não desaprovava nada do que tinha feito.

Ela sentiu, mais do que viu, o olhar de curiosidade pousado no seu rosto. Aquele jeito perscrutador enervava-a. Ajeitou-se melhor no assento de couro e fez o possível para o ignorar. Mas falhou.