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Editado por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2012 Harlequin Books S.A.

© 2014 Harlequin Ibérica, S.A.

Uma dança com o xeque, n.º 29 - Maio 2014

Título original: One Dance with the Sheikh

Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-5246-4

Editor responsable: Luis Pugni

 

Conversión ebook: MT Color & Diseño

Índice

 

Portadilla

Créditos

Índice

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Capítulo Onze

Capítulo Doze

Epílogo

Volta

Capítulo Um

 

Quem era aquela mulher?, perguntou-se Rakin.

A longa cabeleira castanha acobreada caía-lhe pelas costas, e de cada vez que se movia à luz do sol, refulgia como línguas de fogo. A sua figura, alta e esbelta, envergava um vestido cinzento prateado que parecia uma segunda pele e lhe ressaltava as formas femininas.

Surpreendera-o que o seu amigo Eli, depois de ter sido abandonado pela noiva, Laurel Kincaid, se tivesse apaixonado perdidamente e em questão de poucas semanas pela sua irmã Kara, e que estivesse a ponto de se casar com ela.

Mais ainda se surpreendera quando os seus olhos pousaram na formosa dama de honor com um glorioso cabelo acobreado quando esta se aproximou da noiva para pegar no ramo de rosas vermelhas.

Tinha de ser ela, Laurel Kincaid, a mulher que tinha deixado o seu melhor amigo plantado a menos de um mês do casamento.

Um menino avançou com uma almofada sobre a qual iam as alianças nupciais. A singular beleza estendeu-lhe uma mão para guiá-lo, mas o pequeno afastou-se e pespegou-se entre Eli e Kara, fazendo rir todos os presentes.

Ela virou a cabeça e passeou a vista entre os convidados. Os seus olhos eram verdes, o verde-esmeralda mais intenso que Rakin jamais vira. De repente, esses olhos encontraram-se com os seus, e foi como se o tempo se detivesse. Já não ouvia Kara repetir os votos matrimoniais, nem sentia o intenso aroma das árvores em flor. Era como se só existisse aquela criatura celestial.

Quando ela afastou a vista, Rakin voltou a respirar. Eli tinha-lhe dito que a sua ex-noiva era uma beleza, mas a onda de desejo que o tinha invadido era algo que não esperava.

Estava impaciente para que a cerimónia terminasse e chegasse o momento de felicitar os recém-casados, porque intuía que Eli lha apresentaria.

 

 

O casamento de Kara estava a celebrar-se na residência da sua mãe, a impressionante mansão Kincaid. Ainda que Laurel conhecesse todos os convidados, não fazia a menor ideia de quem poderia ser aquele homem.

Por que motivo a sua irmã o teria convidado? E porque nunca lhe tinha falado dele?

Voltou a cabeça para a frente e viu que Eli pegava nas mãos de Kara. As alianças de ouro de ambos cintilavam com o sol. De repente, sentiu um nó na garganta.

Oh, não...! Não iria chorar? Nunca tinha sido dessas pessoas de lágrima fácil nos casamentos. Sempre sorria e dizia o que se devia dizer em cada momento. Aliás, aquele casamento era um motivo de alegria, e se saísse dali a chorar, com certeza que mais do que um tiraria conclusões erradas. Virou a cabeça e percorreu com o olhar as caras dos elegantes convidados. Mais de um pensaria o pior se a visse chorar, e em questão de dias correria por toda a cidade o rumor de que estava destroçada por Kara se ter casado com Eli, mesmo tendo sido ela a acabar com o seu compromisso com ele.

De facto, estava muito feliz por eles, sentindo-se aliviada por não ser ela a noiva nesse momento, porque teria sido um erro. Mas ninguém acreditaria se a visse chorar. «Controla-te», ordenou-se em silêncio.

Elizabeth Kincaid sorria enquanto olhava para Kara e para Eli, mas ela, a mãe da noiva, tinha estado a ponto de não poder assistir ao casamento da filha porque a polícia a tinha considerado a principal suspeita do assassinato do seu marido até, umas semanas atrás, se ter demonstrado a sua inocência.

Agora as suspeitas recaíam no tosco Jack Sinclair, do qual nada sabiam até ao dia do funeral do seu pai. Laurel jamais esqueceria esse dia, nem o chocante que tinha sido descobrir a dupla vida que o seu pai tinha vivido em segredo durante décadas.

Jack Sinclair também ali estava, no casamento, sentado à direita da mãe, Angela Sinclair, que foi amante do seu pai e o grande amor da sua vida. À esquerda estava sentado Alan, irmão de Jack mas filho de um pai diferente.

Tinham-nos convidado porque a sua mãe sempre pensara que se devia fazer o correto, mesmo sendo doloroso.

Alan e Jack não poderiam ser mais diferentes: Alan não era absolutamente nada tosco. Era loiro, enquanto Jack era moreno; alegre como um dia de sol, não como Jack, que lhe recordava as nuvens negras que cobrem o céu quando se avizinha um temporal.

– Pode beijar a noiva.

As palavras do sacerdote tiraram-na dos seus pensamentos e, quando Eli inclinou a cabeça para beijar a sua irmã, Laurel afastou a vista, e os seus olhos encontraram-se uma vez mais, com os daquele atrativo e misterioso estranho.

 

 

Laurel deteve-se na ombreira do quarto de Kara e passeou a olhar pelas coisas espalhadas aqui e acolá: uma caixa de sapatos aberta no chão, um ramalhete abandonado por uma das meninas que tinham levado as flores na cerimónia... O véu de Kara dependurava já das costas de uma cadeira e, no toucador, entre os frascos de perfume, havia quatro copos de champanhe vazios e, a um lado, um frapê com a garrafa. Nada como uma pitada de álcool para acalmar os nervos da noiva enquanto se refrescava um pouco e retocava a maquilhagem para o copo-d’água e o baile.

No meio de toda a desordem, Kara estava de pé em frente a um espelho de corpo inteiro examinando com olho crítico a bainha da saia do seu vestido de noiva.

– Não fiz um buraco à bainha, pois não, Laurel? – perguntou-lhe, levantando a vista para ela.

Laurel aproximou-se e examinou também a delicada bainha.

– Que eu veja não.

– Graças a Deus – murmurou a sua irmã mais nova com alívio, deixando cair a saia. – Achava que lhe tinha feito um buraco com o salto.

– Acalma-te; está tudo lindamente – disse-lhe Laurel agarrando-a pelos ombros para a olhar nos olhos. – É uma noiva linda, senhora Houghton. E isso que ainda não retocaste o brilho de lábios que o noivo levou ao beijar-te.

Era verdade. Kara irradiava nesse dia o tipo de beleza que surge do interior quando nos sentimos felizes. Com cuidado para não lhe enrugar o vestido, envolveu-a num fogoso abraço, mas Kara não tinha esses reparos e apertou-a com força contra si.

– Sei que soa esquisito, mas nunca poderei agradecer-te o suficiente por teres deixado o Eli – murmurou.

Laurel chegou-se para trás para olhá-la e sorriu.

– Com certeza que se nos tivéssemos casado teria sido o maior erro das nossas vidas.

Em vez de estar a sonhar acordada com o maravilhoso que seria ser casada com Eli, tinha dado por si a matutar na vida monótona e aborrecida que se tornaria a sua. Não queria acabar assim e tinha sido então quando, num momento de desespero, tinha feito uma lista do que poderia fazer para mudar as coisas, para começar a viver a sério.

Ao ler o ponto número um da lista depois de o escrever: «Deixar Eli», tinha-se sentido cruel e perguntara-se se seria capaz de fazê-lo mas o mero ato de escrever essas duas palavras tinha sido como uma espécie de catarse, vislumbrando de repente que não tinha outra escolha. Eli e ela nunca poderiam ser felizes juntos.

Para não o magoar mais, tinha-lhe dito que não se podia casar com ele porque a sua vida estava de pernas para o ar com tudo o que tinha ocorrido nos últimos meses: o assassinato do seu pai, a chocante descoberta de ter outra família há anos, a angústia de que prendessem a sua mãe...

No entanto, ao ver o tremendo alívio que se tinha refletido nos olhos de Eli percebera que não era a única que queria escapar daquela relação.

Tinha passado quase um mês desde que tinham acabado o seu compromisso e Eli acabava de se casar com a sua irmã. Tinha encontrado a felicidade junto a Kara e agora estava a viver a sério.

Laurel não tinha cumprido ainda com nenhum dos propósitos que tinha escrito nessa sua lista. Claro que romper com os velhos costumes e superar as inibições não era nada simples. Mesmo tendo em conta que levava sempre a lista na mala para se recordar que tinha de deixar de pensar e agir.

Sim, tinha de começar a viver, viver a sério. Como nesse eletrizante momento durante a cerimónia em que os seus olhos se tinham encontrado com os daquele estranho.

Soltou a sua irmã e tirou a garrafa de champanhe do frio para servir um pouco a ambas. Estendeu um copo a Kara e levantou o seu para brindar.

– Que sejas muito feliz.

– Pois sou. Hoje é o dia mais feliz da minha vida.

Laurel estava certa de que assim era, porque a sua irmã estava radiante, como uma princesa saída de um conto de fadas e não pôde evitar sentir uma pontada de ciúmes. Tomou um golo de champanhe e deixou de novo o copo no toucador.

– O Eli e eu sempre fomos tão bons amigos que pensávamos que com isso bastaria para que funcionasse... ou eu ao menos pensava, mas não era assim. Não tínhamos esse elo especial que há entre vocês.

Não tinha sentido sequer por ele nem uma quarta parte da intensa atração que tinha sentido quando os seus olhos se tinham encontrado com os daquele estranho durante a cerimónia.

– É amor; amor verdadeiro – murmurou Kara com olhos sonhadores. – É a minha alma gémea. Sou muito sortuda. E é curioso, porque tu é que lidaste mais com o Eli durante a nossa adolescência.

– Só porque tínhamos a mesma idade – referiu Laurel. – Estávamos no mesmo ano, convidavam-nos para os mesmos atos sociais...

– Mas nunca chegaste a conhecer o seu melhor amigo, pois não?

– Rakin Abdellah? – Laurel tinha ouvido falar muito dele, o neto de um príncipe do Médio Oriente com quem Eli tinha entabulado uma estreita amizade em Harvard. – É uma pena que não tenha podido vir ao casamento.

– Mas veio! – Kara deixou o seu copo junto ao dela e sentou-se no banco em frente ao toucador. – O Eli apresentou-mo quando veio dar-nos os parabéns depois da cerimónia – disse estendendo-lhe um pente.

Laurel vacilou ao aceitá-lo. Seria possível que...?

– E onde é que eu estava?

– Deve ter sido quando o Flynn bateu com a almofada dos anéis nas meninas que levavam as flores e desataste a correr atrás dele para evitar que fizesse mais travessuras.

– Pois talvez seja o destino, que não quer que nos conheçamos. Cada vez que cá veio em negócios e o Eli mo quis apresentar, ou estava ocupada ou tinha surgido um imprevisto à última da hora.

No entanto, Laurel não podia deixar de se perguntar se aquele estranho poderia ser o melhor amigo de Eli.

– Como estava vestido? – perguntou a Kara.

– Quem?

Laurel abanou a cabeça.

– Rakin, quem havia de ser? O homem do qual estávamos a falar.

– Não sei; o único homem para o qual tenho olhos hoje é para o Eli.

Laurel riu-se e pôs-se a penteá-la.

– Por falar do Eli, vais ter de voltar a pôr o brilho nos lábios.

Kara lançou-lhe um olhar maroto através do seu reflexo no espelho.

– Para quê? Acabará por tirar-mo outra vez quando voltar a beijar-me – replicou, e de repente arregalou os olhos. – Laurel... tens os lábios pintados de vermelho!

Laurel encolheu os ombros.

– Se não tinhas dado por isso até agora, é que também não resulta tão chocante.

– Isso significa que decidiste pôr em andamento o teu plano de te arriscar um pouco – deduziu Kara. – Disseste-me que querias sair da casca e tentar ser um pouco mais desinibida e pedi-te que tivesses cuidado e não fizesses loucuras, mas até agora não tinhas dado mostras de que o estivesses a levar à letra.

– Imaginas-me a mim, a dona certinha, a fazer loucuras? – perguntou-lhe Laurel rindo-se enquanto a penteava.

– Pronto, não te devia ter dito isso. Precisas de um pouco de diversão. E se pedíssemos ao Eli que te apresentasse o Rakin?

– Nem penses nisso! – exclamou Laurel. E para tirar tal ideia da cabeça da irmã, mudou de assunto. – Reparaste como o Cutter tem sido atencioso com a mãe o tempo todo?

– É verdade; não a deixou sozinha nem um minuto.

– Acho que vai fazer muito bem à mãe; parece que gosta mesmo dela – murmurou Laurel acabando de pentear a sua irmã. Deu um passo atrás para ver como tinha ficado e aplicou-lhe um pouco de laca. – Além do mais, ao chegar-se à frente e contar à polícia que na noite em que assassinaram o pai ela estava com ele, demonstrou que não se importava com o que pudessem dizer. Graças a ele deixaram-na sair sob fiança.

– Ofereci-me para lhes organizar um pequeno casamento, algo elegante e discreto, mas a mãe recusou taxativamente. Disse-me que lhe parece que a morte do papá ainda é demasiado recente e que deveriam esperar um tempo.

– Isso é ridículo – o facto de a sua mãe estar a deixar-se influenciar pelo que os demais pudessem pensar fazia-a perder a cabeça. – A mãe tem de fazer o que a fizer feliz.

– Eu também acho que merece alguma felicidade depois de como o pai a enganou durante anos; se casar com o Cutter a faz feliz, não deveriam esperar – Kara virou-se para ela. – E a propósito, não tinha reparado até agora na cor dos teus lábios, por causa da cerimónia, dos nervos e afins – disse-lhe, dando-lhe a entender que não se tinha esquecido, – e quero saber o que pensas fazer a seguir.

Laurel sentiu que se ruborizava. Nem ela mesma sabia e tinha vergonha de confessar a Kara que tinha feito uma lista.

– Bom, também não é nada do outro mundo – disse tirando-lhe importância.

Estava o desejo frívolo de comer gelado na cama, mas havia mais, como o ponto número cinco da lista: «Passar toda a noite a jogar num casino». Ou como o ponto número seis: «Viajar a lugares exóticos».

Kara inclinou a cabeça e disse-lhe:

– Bom, nunca tinhas pintado os lábios de vermelho porque achavas demasiado atrevido, por isso eu diria que isso já é uma grande mudança.

Os lábios vermelhos chocavam com o seu cabelo ruivo; parecia-lhe que essa cor lhe dava um ar de mulher fácil. Inclinou-se para a frente e fingiu estar a ver-se ao espelho. O batom não estava minimamente esborratado, nem ficaria a não ser que encontrasse alguém a quem beijar. E isso evocou-lhe o ponto número três da sua lista: «Seduzir um estranho». Corou só de o imaginar.

Como podia ter-lhe ocorrido incluir na sua lista «seduzir um estranho»? Deveria ter posto «beijar um estranho». Aquele pensamento que lhe passou de repente pela cabeça surpreendeu-a.

– Coraste! – exclamou Kara, tirando-a dos seus pensamentos. – É por causa de um homem? Por isso pintaste os lábios de vermelho? Por isso não queres que peça ao Eli que te apresente o seu amigo?

– Não há nenhum homem – replicou Laurel, desejando que não se notasse tanto quando corava. – Se pintei os lábios de vermelho foi por mim.

Por um momento sentiu-se tentada a contar a Kara acerca da lista, mas depois decidiu que não o podia fazer. Kara começaria a preocupar-se que fizesse alguma loucura e o último que queria era preocupá-la no dia do seu casamento.

Acabou o copo de champanhe e, ao deixá-lo no toucador, olhou-se ao espelho e os seus olhos voltaram a pousar nos seus lábios. Como seria beijar aquele atraente estranho? Uma imagem mental da sua boca sensual a devorar-lhe os lábios vermelhos fez com que uma onda de calor a invadisse.

E então recuperou o juízo. E se fosse o amigo de Eli? Estaria completamente fora de lugar. Ela, que sempre tinha sido a perfeita irmã mais velha, a que fazia o que se esperava dela, a que se esforçava por tirar as melhores notas, a que voltava sempre para casa às horas que lhe diziam. Sempre fora um exemplo para as irmãs: nunca tinha usado minissaia, nunca tinha feito um piercing, nunca tinha vestido calças de ganga rasgadas, nunca tinha seduzido rapazes...

Afastou a vista do espelho com a intenção de gracejar e fazer rir a sua irmã, mas viu que Kara já se tinha levantado e fitava-a.

– Fica-te bem esse vermelho. Pareces uma estrela de cinema. Devias soltar-te com mais frequência.

Laurel riu-se enquanto a seguia até à porta.

– Tem cuidado: poderia encarar isso como uma permissão para fazer alguma loucura.

Kara deteve-se na ombreira, olhou-a por cima do ombro e sorriu.

– E porque não? Começa hoje. Já sabes o que se diz: não deixes para amanhã...

Hoje?, repetiu Laurel para com os seus botões. Nessa noite? Sentiu as mãos frias e suadas assim que Kara saiu do quarto.

Uma coisa era falar em soltar-se e outra muito diferente era fazê-lo. Sentia-se à beira de um precipício.

Devia dar o primeiro passo para o desconhecido? Fazer uma loucura nessa noite? Ou seria melhor que deixasse as coisas como estavam e... e sentir-se insatisfeita durante o resto da sua vida?

Estava cansada de perder o que outros tinham vivido e estavam a viver. Queria voltar a sentir essa energia eletrizante que tinha sentido quando o seu olhar se tinha cruzado com o daquele estranho. Esse arranque de rebeldia fez com que um formigueiro de excitação lhe percorresse as costas. Era como um prazer proibido, sucumbir a essa tentação de fazer loucuras.

Inspirou profundamente. Sim, estava decidido; ia fazê-lo. Kara tinha razão: para quê esperar para viver? Saiu do quarto com uma única ideia na mente: nessa noite ia seduzir um estranho.