cover_mini_sab_31.jpg

3311.png

 

 

Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2005 Carole Mortimer

© 2014 Harlequin Ibérica, S.A.

Depois da paixão, n.º 31 - Julho 2014

Título original: Prince’s Passion

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ®

estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros

países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-5379-9

Editor responsável: Luis Pugni

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño

www.mtcolor.es

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Prólogo

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Capítulo 13

Capítulo 14

Capítulo 15

Epílogo

Volta

Prólogo

 

– E então? O que disse desta vez o teu autor sobre a minha oferta?

Nik perguntou-o com aparente desinteresse, como se o assunto lhe parecesse aborrecido, mas o seu tom não poderia ser mais enganoso. Ao fim e ao cabo, desejava conseguir os direitos cinematográficos do livro de J. I. Watson.

Estava sentado no escritório de James Stephens, do outro lado da mesa. De cinquenta e muitos anos, Stephens era há vinte anos diretor da editora com o seu sobrenome e, óbvio, sabia tudo sobre o temperamento imprevisível dos autores que escreviam para ele. Mas naquele dia parecia incomodado, era evidente que estava tão confuso como Nik pela atitude de J. I. Watson.

Como noutras vezes, Nik perguntou-se o que podia ter o autor contra o facto de querer adquirir os direitos cinematográficos de um livro que fora um recorde de vendas. A maioria dos autores teria dado qualquer coisa para que levassem a sua obra ao grande ecrã, especialmente se o filme fosse realizado e produzido pelo famoso Nikolas Prince, vencedor de cinco Óscares.

No entanto, J. I. Watson andava há dois meses a fazer-se rogar.

Das quatro cartas que Nik lhe enviara, o autor não respondera às primeiras duas e respondera à terceira com uma recusa. E, pela cara de resignação de Stephens, suspeitava que a resposta à quarta tivesse sido exatamente a mesma que à terceira.

Nik sentia-se cada vez mais frustrado. Um mês antes, tinha-lhe ocorrido jantar com a editora-chefe da Stephens Publishing para ganhar a sua confiança e lidar diretamente com J. I. Watson sem ter de passar por James Stephens. Vários encontros mais tarde e depois de o fazer prometer que não revelaria a sua fonte, Jane Morrow confessara-lhe que o verdadeiro sobrenome do autor era Nixon, mas acrescentara que não lhe serviria de nada sabê-lo porque a editora se relacionava com ele através de uma caixa-postal.

– Não me digas que voltou a recusar a minha oferta... – continuou Nik.

– Sim – confirmou James, aliviado por não ter de o dizer ele mesmo.

Nik levantou-se da poltrona. Era um homem alto, de quase um metro e noventa, tinha o cabelo preto e uns olhos cinzentos que intimidavam tanto como os seus traços muito duros.

– Mas o que se passa com esse tipo? Quer mais dinheiro? Porque, se for isso, estou disposto a melhorar a oferta.

James suspirou e cravou nele os seus olhos azuis.

– Talvez seja melhor que te mostre a carta que recebi.

O diretor da Stephens Publishing abriu uma gaveta da mesa e entregou-lhe uma folha com a única frase: «Não venderei os direitos, nem que Nik Prince mos peça pessoalmente».

Nik ficou a olhar para a carta. Não podia ser mais sucinta.

Mas, por muito irritante que fosse, a resposta de J. I. Watson não lhe chamou tanto a atenção como o que estava impresso na parte superior da folha: a caixa-postal que Jane Morrow tinha mencionado.

E era de lá, de Londres.

Um detalhe que James Stephens devia ter esquecido, porque, caso contrário, não lhe teria mostrado a carta.

Nik semicerrou os olhos e devolveu-lhe o papel sem dizer nada a esse respeito. James era um editor honrado. Se se desse conta de que tinha traído inadvertidamente a confiança de J. I. Watson, falaria com o autor para o advertir e para que mudasse a caixa-postal.

– Tentaste falar pessoalmente com ele?

James abanou a cabeça.

– Não. De facto, nunca nos vimos.

– Nunca? – perguntou Nik com incredulidade.

– Nunca. Nunca o vi, nunca falámos, nem tenho um número de telefone. Sempre falámos por carta.

– Não posso acreditar... – Nik voltou a sentar-se na poltrona, espantado. – E eu que estava convencido de que o secretismo do teu autor era uma simples estratégia editorial...

– Oxalá! – disse James, frustrado. – J. I. Watson enviou-nos o seu manuscrito, um manuscrito que não tínhamos solicitado, há dezoito meses. Demo-lo a um dos nossos leitores, que o passou ao seu chefe quando se apercebeu de que o livro podia ser um grande sucesso. Só andou três meses às voltas pela editora... Talvez te pareça muito tempo, mas é pouco.

– Se tu o dizes...

Nik continuava espantado. Parecia-lhe incrível que nenhuma pessoa da editora conhecesse pessoalmente o autor. Tão incrível como o facto de que Jane Morrow não lho tivesse contado.

– Obviamente, pedimos-lhe várias vezes que se reunisse connosco, mas, até agora, sempre se recusou.

Nik abanou a cabeça. Se nem sequer se reunia com a sua própria editora, não era estranho que se mostrasse tão esquivo com ele.

– É verdade – continuou James. – Fizemos tudo por correio. Desde a assinatura do contrato às sugestões de estilo... Embora deva admitir que não fizemos muitas sugestões. O livro era muito bom.

– E o que fazem com as cartas dos seus fãs? Também lhas enviam por correio?

– Não.

James abriu outra gaveta e tirou uma pasta tão cheia que parecia prestes a rebentar.

– Enviamos-lhe uma seleção de vez em quando para que conheça a opinião dos seus leitores. Embora, como é natural, as cartas pejorativas ou muito críticas fiquem connosco.

Nik arqueou um sobrolho.

– Pejorativas?

James encolheu os ombros.

– Sim, há gente que escreve para insultar. Inclusive recebeu ameaças de morte. O sucesso costuma atrair esse tipo de pessoas.

Nik não duvidava absolutamente. Ele mesmo tinha recebido muitas cartas desagradáveis ao longo dos anos.

– Mas é possível que no contrato...

– Não, no contrato não há nenhuma cláusula sobre direitos cinematográficos e televisivos – afirmou James. – Tirou-se a pedido do autor, é óbvio.

– É óbvio – repetiu Nik.

– Tenta compreender. Aceitámos as condições de J. I. Watson porque queríamos o seu livro a qualquer custo.

Nik sabia que um editor podia passar a vida sem encontrar um livro tão bom como No Ordinary Boy, portanto, pareceu-lhe normal que a Stephens Publishing tivesse aceitado as condições do autor, embora fossem absurdas. Se não as tivessem aceitado, o autor teria ido a outra editora.

Mas isso não era de nenhuma utilidade para ele. Queria levar o livro ao cinema e não podia fazê-lo sem a permissão do autor.

– Se achas que te se sentes frustrado, imagina como nos sentimos nós – insistiu James. – Perdemos uma dinheirama pela sua recusa a dar entrevistas, fazer apresentações e dar autógrafos. Não fiz as contas, mas eu diria que nos custou vários milhões de libras.

Nik olhou-o nos olhos e disse lentamente:

– Mas fez-vos ganhar muitos mais. E suponho que também não vos calhasse mal a venda dos direitos para fazer um filme.

– Não, claro que não – admitiu, sorrindo. – É uma pena que não possas comprá-los.

Nik voltou a levantar-se da poltrona.

– Quem disse que não posso? Vou falar com ele.

– Como sabes que conseguirás localizá-lo e falar com ele? – perguntou com curiosidade. – Recordo-te que nós o tentámos durante mais de um ano e que não conseguimos nada.

Nik sorriu com suficiência. Tinha conseguido a caixa-postal de J. I. Watson e ia encontrá-lo. Além disso, tinha a vantagem de saber o seu verdadeiro sobrenome: Nixon.

– Não jogo pelas mesmas regras que tu, James – respondeu. – O teu autor afirmou que não venderá os direitos nem que Nik Prince lho peça pessoalmente, não foi? Pois, vai vê-lo pessoalmente dentro de pouco tempo... E deves saber que nunca aceitei um «não» como resposta.

Era verdade. Nunca o tinha aceitado.

J. I. Watson estava prestes a descobri-lo.