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Editado por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2003 Miranda Lee

© 2014 Harlequin Ibérica, S.A.

A vingança de um homem rico, n.º 771 - Novembro 2014

Título original: A Rich Man’s Revenge

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

Publicado em português em 2004

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-5928-9

Editor responsável: Luis Pugni

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño

www.mtcolor.es

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Capítulo 13

Capítulo 14

Capítulo 15

Volta

Capítulo 1

 

– Tens de jogar póquer todas as sextas-feiras à noite, quer chova ou faça sol?

Charles observou pelo espelho o reflexo de uma mulher loira e sensual deitada sobre a cama. Olhava-o com uma expressão de súplica.

Charles hesitou por uns instantes antes de continuar a abotoar a camisa cinzenta de seda. A ideia de voltar a deitar-se na cama com ela era tentadora, mas a sua noite de póquer à sexta-feira não era negociável.

– Eu e os meus colegas de jogo fizemos um pacto – explicou ele. – Se estivermos em Sidney à sexta-feira à noite, temos de ir jogar. Só podemos faltar ao encontro se estivermos no estrangeiro ou no hospital. Quando o Rico sofreu o acidente de esqui, no Inverno passado, insistiu que fôssemos todos jogar no quarto do hospital onde estava internado.

Charles sorriu ao recordar-se do amigo e da sua incrível paixão pelo jogo.

– Suponho que caso o Rico voltasse a casar-se, o que é improvável, convidar-nos-ia para a lua-de-mel para poder jogar a sua partida semanal. No entanto, eu senti-me muito feliz por ter deixado o póquer por um mês, o tempo que durou a lua-de-mel – disse com convicção.

– A tua mulher teria ficado aborrecida caso tivesses levado os teus amigos para a lua-de-mel.

– Ah, sim? – perguntou com um sorriso. – E quanto é que se teria aborrecido?

– Muito.

– Esta noite estás aborrecida, senhora Brandon?

Ela encolheu os ombros, voltou-se para o outro lado e estendeu-se sobre os lençóis. Charles fez um esforço para não olhar para aquele corpo perfeito. Era difícil resistir-lhe.

Dominique personificava a fantasia de qualquer homem, e era toda sua.

Charles ainda não acreditava que tinha tido a sorte de ganhar a mão e o amor de tão maravilhosa criatura.

Dominique amava-o. Já conhecera caçadoras de fortunas suficientes para reconhecer o verdadeiro amor.

– Acho que consigo estar sem ti durante umas horas. De qualquer das formas, vou ter de me habituar a ficar sozinha, uma vez que regressarás ao trabalho na próxima segunda-feira.

Charles gemeu perante tal cenário. Tinha, ao longo de vinte anos, dedicado a sua vida à fábrica de cervejas, o negócio da sua família, depois de ter estado à beira da falência por culpa do seu pai. Mas tinha vibrado com todas as dificuldades, desafios e frustrações que ultrapassara.

Dos vinte aos quarenta anos, tinha vivido e respirado a Brandon Beer. O casamento e a família tinham ficado para segundo plano. Contudo, conseguira tornar-se um dos homens mais ricos da Austrália. Voltara a colocar a empresa no mapa e conseguiu comprar meia dúzia de hotéis em Sidney, muito lucrativos graças às máquinas de póquer que mandara instalar.

Desde que conhecera Dominique e se casara com ela, os negócios tinham passado para segundo plano. A sua mente deixara de ficar ocupada com as oportunidades de investimento, com os estudos de mercado e com os programas de expansão. Naquele preciso momento, em que a lua-de-mel estava prestes a terminar, tinha de fazer um grande esforço para pensar no trabalho. A ideia de constituir família num futuro não muito distante excitava-o quase tanto como a mulher com que planeava ter essa família.

Dominique queria ter pelo menos dois filhos. Charles estava muito entusiasmado com o facto de ela ter decidido deixar de tomar a pílula a partir do próximo mês e ter deixado de trabalhar. Tinha pedido a demissão do departamento de Relações Públicas da Brandon Beer pouco tempo depois de ter aceite o pedido de casamento de Charles. Dissera-lhe que não se sentia bem a trabalhar lá.

Charles estava certo de que, com a sua personalidade e beleza, Dominique arranjaria facilmente outro trabalho em Sidney. E dissera-lhe isso; não queria que ela pensasse que era um daqueles homens machistas que não permitem que as mulheres trabalhem.

Ainda que ela tivesse recusado tal sugestão dizendo que, durante os próximos anos, a sua carreira profissional consistiria em ser sua mulher e mãe dos seus filhos, Charles estava convicto de que ela regressaria ao trabalho assim que o filho mais novo fosse para a escola. Apesar de não se considerar antiquado, tinha de admitir que a ideia de ter a sua mulher sempre disponível lhe agradava muito.

– Vou sentir muitas saudades tuas – disse ela, cabisbaixa. – Tens mesmo de regressar ao trabalho na próxima segunda-feira? – perguntou, ao mesmo tempo que lhe dirigia um dos seus olhares sensuais.

Charles permaneceu imóvel. Não tinha dúvidas de que conseguiria sobreviver sem a ver durante umas horas, mas a ideia de, no futuro, não poder fazer amor com ela cada vez que lhe apetecesse, desagradava-lhe. As luas-de-mel eram falsas, assim como as belas noivas que nunca dizem «não» aos desejos dos seus maridos.

– Acho que posso pedir mais uma semana de licença – disse, ao pensar que o escritório sobreviveria mais cinco dias sem a sua presença. Podia manter-se em contacto via telefone ou via e-mail. – Assim teríamos tempo para escolhermos juntos a nossa casa nova.

Pedira a Dominique que encontrasse uma casa de verdade, em substituição daquele apartamento na zona Este da cidade.

– Que ideia fantástica! – exclamou ela. – A sério que podes pedir mais uma semana? Tu és viciado no trabalho.

– Eu faço qualquer coisa que me peças. Excepto renunciar às partidas de póquer.

Depois de ter abotoado a camisa, voltou-se e debruçou-se sobre ela.

– Mas isso já sabes – murmurou, para depois a beijar. – Enfeitiçaste-me.

– A sério? – perguntou com a voz suave que tanto o excitava.

Charles gemeu. Era incrível. Tinha quase quarenta e um anos, já não era um jovem apaixonado pela primeira vez. O seu desejo por Dominique, por vezes, era insaciável. Nunca conhecera uma mulher assim. Era um amor absorvente, possessivo; chegava a ser obsessivo.

Ela levantou as mãos para lhe tocar e arqueou as sobrancelhas.

– Charles, amor, não sei como é que vais concentrar-te nas cartas neste estado. Tenho a certeza que os teus amigos não irão importar-se se chegares atrasado.

Ele desejava ceder àquele pedido. Mas receava que, se começasse, não conseguisse parar mais. Se, aquela noite, não estivesse presente na mesa de póquer, Rico ocuparia o seu lugar.

Não. Tinha de ser forte e não deixar que Dominique, mais uma vez, levasse a sua a avante. Já tinha gasto uma fortuna em roupa de marca, nos quinze dias que tinham passado em Paris, e outro tanto em sapatos feitos à mão durante a estada em Roma.

Aquilo era suficiente. Uma vez que a lua-de-mel havia tecnicamente acabado, tinham de começar a rotina do dia-a-dia. E, com toda a certeza, fazia intenções de continuar a jogar as suas partidas de póquer todas as sextas-feiras à noite.

– Pelo contrário, amor – disse com um sorriso, enquanto se afastava dela. – Concentrar as energias sexuais noutra coisa pode ser muito proveitoso. As frustrações colocam os homens numa posição de alerta. É por isso que os praticantes de boxe ficam de abstinência a noite antes do combate. Garanto-te que esta noite arrasarei na mesa de jogo. Agora, pára de tentar seduzir-me e cobre-te com alguma coisa. O teu corpo devia ser catalogado como arma mortífera.

Ela riu-se e, de novo, voltou a virar-se sobre a cama.

– E assim? Está bem?

– Está melhor, acho – disse, ainda que a parte de trás do seu corpo fosse tão tentadora como a da frente. Tal como toda a sua restante anatomia, o traseiro era perfeito e exuberante. Uma tentação demoníaca.

Charles sabia que não era o tipo de homem que as mulheres olham com luxúria. Nunca o fora. Na adolescência, as raparigas não ficavam muito entusiasmadas por vê-lo. Na idade adulta, não tinha sido diferente. Mas, à medida que fora enriquecendo, a quantidade de mulheres atraentes aumentara consideravelmente na sua vida. Porém, apesar de ter melhorado muito com a idade, não podia dizer-se que era um homem bonito. Não da forma como o seu pai tinha sido. Ou como Rico era. Ambos estavam aptos a converterem-se em estrelas de cinema. Assim sendo, sempre suspeitara que as suas companheiras só estavam interessadas no seu dinheiro. De facto, o espelho revelava a Charles a verdade quando, todas as manhãs, se arranjava. Naquele instante, era um homem aceitavelmente atractivo, que tinha como vantagem a altura, o físico e o gene herdado que iria manter para sempre o seu cabelo castanho-escuro. A calvície não existia na família Brandon.

Obviamente, Charles tinha de admitir que os êxitos que conquistara tinham influenciado a maneira como actualmente se comportava. Algumas jornalistas financeiras descreviam-no como «impressionante» e «imponente». Outras inclinavam-se para termos como «arrogante» e «cruel». Na realidade, não se importava com o que escreviam sobre ele. Nem sequer com o que o espelho reflectia. A única coisa que lhe importava era o que Dominique via quando olhava para ele.

Era evidente que o achava atraente. Muito atraente, na realidade. Tinha-lhe confessado, na noite de casamento, que a primeira vez que o vira achara-o incrivelmente sexy. Charles ainda se lembrava da impressionante sensação que sentira ao encontrar-se frente a frente, pela primeira vez, com a sua futura esposa. Rico insistira que não passara de luxúria, mas ele conhecia a diferença. Sabia que aquilo era amor à primeira vista.

Tinham-se conhecido na festa de Natal da empresa, há uns escassos cinco meses atrás. Dominique tinha começado a trabalhar na Brandon Beer há uma semana, depois de se ter mudado de Melbourne para Sidney. Nunca se tinham cruzado antes da festa, ainda que ele estivesse ao corrente da sua chegada ao departamento de Relações Públicas, pois fora ele quem aprovara o seu currículo.

Sabia que tinha vinte e oito anos, nascera na Tasmânia e não tinha qualquer licenciatura nem provinha de famílias abastadas. Mas, por outro lado, possuía vários diplomas e um currículo que evidenciava a sua classe, dedicação e empenho no trabalho. Qualidades que muito admirava. O seu último emprego tinha sido em Melbourne, como secretária pessoal do chefe de uma companhia de gestão de desportos e entretenimento. Trabalhara lá durante dois anos e as referências eram as melhores. Anteriormente, tinha trabalhado como recepcionista em alguns conceituados hotéis de Melbourne, um grande passo desde o seu primeiro emprego, como assistente.

O homem que a contratara prevenira-o. Dissera-lhe que era uma loira estonteante. Mas quando Charles vira Dominique Cooper em pessoa, ficara boquiaberto. Nunca mais esqueceria aquele dia. A jovem usava um vestido branco, comprido, com um decote que evidenciava a sua impressionante figura. O cabelo estava preso e os lábios, pintados de cor-de-rosa. Das orelhas pendiam uns brincos de pérolas. Ao aproximar-se, Charles sentira o seu perfume, uma essência exótica e provocante, que agora sabia chamar-se Casablanca.

Convidara-a para sair uns minutos depois de terem sido apresentados. Charles estava habituado a que nenhuma mulher recusasse um convite seu. Ficou surpreendido ao ouvir um não como resposta, ainda mais quando ela confessou que não tinha namorado. A jovem respondera-lhe firme e educadamente que jamais sairia com um dos seus chefes, por muito atraente que fosse.

– Então… achas que sou atraente – respondera, lisonjeado, mas também frustrado.

Ela dirigira-lhe um olhar estranhamente nervoso antes de girar sobre os saltos e regressar à festa.

Fascinado e intrigado, perseguiu-a como um cãozinho durante as férias de Natal. Telefonava-lhe todas as noites para casa e enviava-lhe flores, até ao dia em que ela aceitou jantar com ele. Ainda assim, Dominique insistiu para que se encontrassem no restaurante em vez de deixar que ele fosse buscá-la a casa. Tão-pouco aceitou que a levasse a casa depois do jantar, o que o intrigou ainda mais. Era óbvio que tinha medo de estar sozinha com ele.

Porquê?

Só descobriu o que se passava quando já estavam na sobremesa. Ela explicou-lhe que tinha sido uma tonta por ter aceite um convite para sair com o seu antigo chefe. E que tinha sido ainda mais tonta por se ter tornado sua amante. Aquele homem prometera-lhe o mundo, mas acabara por casar com uma rapariga da alta sociedade com os contactos adequados. Foi esse o motivo que a levou a deixar Melbourne. Queria esquecer as más recordações. Decidira nunca mais sair com um superior hierárquico. Não se podia confiar nesses homens. Aproveitavam-se de raparigas como ela porque eram bonitas e facilmente impressionáveis. Mas não as amavam nem casavam com elas. Só dormiam com elas e arruinavam-lhes a vida.

Charles decidiu demonstrar-lhe o quanto estava enganada, mas foi difícil convencê-la. Ela aceitou outros convites para jantar e demonstrou-lhe, a muitos níveis, que se sentia atraída por ele, mas continuava a evitar qualquer tipo de aproximação. Charles, a cada dia que passava, estava mais apaixonado. Prometeu demonstrar-lhe que os sentimentos que nutria por ela iam mais além do que ela podia imaginar.

Ainda se recordava da expressão da sua cara quando lhe disse, durante um jantar, no início de Março, que a amava mais do que conseguia expressar por palavras. Mas quando a pediu em casamento, mostrando-lhe o anel de diamantes mais bonito e mais caro que fora capaz de comprar, a surpresa de Dominique convertera-se em repugnância.

– Não estás a falar a sério – disse. – Só estás a fazer isto para me levares para a cama. Crês que podes comprar o meu amor, mas aviso-te que gastaste muito mal o teu dinheiro. Eu estou apaixonada por ti e pensei em entregar-me a ti, mas agora…

Ele não foi capaz de ocultar o prazer nem o desejo perante tal anúncio.

– Põe essa coisa horrível no meu dedo, se isso te faz sentir melhor – disse, irritada. – Depois leva-me onde tens em mente. Mas ambos sabemos que nunca te casarás comigo. Quando conseguires o que desejas, farás a mesma coisa que o meu anterior chefe.

– Estás enganada – insistiu Charles apaixonadamente, enquanto deslizava o diamante pelo dedo dela.

Demonstrou-lhe que estava enganada ao casar-se com ela, sem voltar a pôr-lhe um dedo em cima, um mês depois. O beijo que lhe deu na pequena e sóbria cerimónia foi o primeiro beijo em condições. Foi difícil conseguir manter o controlo durante tanto tempo, mas conseguiu ao concentrar-se apenas na recompensa.

Rico dissera-lhe que estava louco por casar com uma mulher com quem nunca tivera relações sexuais. Era um comentário estranho, vindo de um homem com genes italianos. Afinal, supunha-se que eles se casassem com mulheres virgens. Não é que Dominique fosse virgem. Nunca fingira sê-lo. Mas houve algo de virginal nela quando, na noite de núpcias, se aproximou dele a tremer vestida com uma camisa de cetim branca. Era evidente que estava nervosa e assustada. Tinha receio de ter cometido o maior erro da sua vida ao casar-se com um homem com quem nunca se tinha deitado antes. Ele podia ser o pior amante do mundo.

Contudo, a noite de núpcias foi mágica para os dois. Quando ele sentiu a felicidade da sua mulher, o seu prazer e satisfação foram infinitos.

– Não sabia o que era o verdadeiro amor até a este momento – tinha dito ela, aninhada junto ao corpo de Charles, momentos antes de amanhecer. – Amo-te. Morreria se algum dia deixasses de me amar.

«Impossível», tinha pensado ele. Era ele quem morreria se algum dia Dominique deixasse de o amar.

Agora, estava ainda mais apaixonado do que naquele dia..

– Tenho de ir – disse, com ternura e com alguma culpa por ter de a deixar sozinha. – Vou tentar não ficar até muito tarde, mas…

– Sim, eu sei – interrompeu-o ela com um suspiro. – Compreendo. O Rico irá tentar manter-te lá até a altas horas.

Dominique cerrou os punhos perante a ideia do padrinho de Charles fazer tal coisa. E não tinha nada a ver com o facto de Rico ser viciado no póquer.

O cepticismo de Enrico Mandretti sobre o amor que ela sentia por Charles tinha sido evidente desde o primeiro encontro. Era óbvio que a considerava uma caçadora de fortunas. Não era necessário proferir os seus pensamentos em voz alta; eram evidentes, estavam reflectidos nos seus olhos escuros e cínicos.

O problema é que ele tinha razão, mas, por outro lado, também estava enganado.

Ela amava Charles. Amava-o mais do que imaginara ser capaz de amar um homem. Mas, antes de o conhecer, os seus objectivos eram justamente aqueles que Rico calculava. Uma caçadora de fortunas. Uma rapariga bonita que usava o corpo para conseguir o que mais desejava na vida: um marido rico para não sofrer como a mãe.

Dominique tinha a certeza que as mulheres dos homens ricos não passam por aquilo que a sua mãe passou. Elas seriam sempre protegidas de tais infâmias. Pelo menos, podiam morrer com dignidade.

Depois da prolongada e dolorosa agonia de sua mãe, Dominique jurara que se casaria por dinheiro, nem que fosse a última coisa que fizesse na vida. No entanto, tornar-se mulher de um homem rico não foi tarefa fácil, nem sequer para uma rapariga com o seu aspecto. Os homens ricos casam-se com mulheres do seu círculo social ou com raparigas que trabalham com eles; criaturas sofisticadas, educadas e licenciadas.