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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2017 Susan Stephens

© 2019 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Um desejo abrasador, n.º 1819 - abril 2020

Título original: The Secret Kept from the Greek

Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

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As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.

Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-1348-277-4

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Créditos

Prólogo

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Capítulo 13

Capítulo 14

Capítulo 15

Capítulo 16

Epílogo

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Prólogo

 

 

 

 

 

Há onze anos…

 

Lizzie estava furiosa. Ele viu que os seus olhos castanhos o crucificavam da sala do tribunal. Só tinha dezoito anos, era ruiva e usava umas calças de couro pretas, um top minúsculo, várias tatuagens e um piercing num lábio. Era preciso estar inconsciente para não desejar aquela força da natureza que era Lizzie Montgomery.

Isso não mudava os factos. Estavam num tribunal de Londres e ele, Damon Gavros, fazia parte da Gavros Inc, uma empresa naval internacional. Estava ali para apoiar o pai, que era a principal testemunha da acusação no caso da Gavros Inc contra Charles Montgomery, um estelionatário.

Chocou-o voltar a ver Lizzie na sala, embora não pudesse dizer que se arrependesse de ter ido para a cama com ela na noite anterior. Mesmo que, então, soubesse quem ela era, a paixão que despertou entre ambos tê-los-ia levado pelo mesmo caminho, independentemente das consequências.

Tinham-se conhecido na noite anterior, quando se tinham recusado a servir uma bebida a Lizzie, claramente incomodada, num bar em que ele estava calmamente sentado enquanto pensava no facto de irem julgar o homem que extorquira milhões ao pai. Ao ver que o empregado do bar estava prestes a expulsá-la, porque ela se recusava a sair, interveio. Levou-a para a sua mesa, convidou-a para um café e falaram.

Disse-lhe que se chamava Lizzie. Damon não sabia que era filha de Charles Montgomery. Era muito bonita e divertida e desejava começar a estudar na universidade. Ele estava quase a acabar. Uma coisa levara a outra e já era tarde para reparar o erro.

Descobriu a magnitude do mesmo quando levaram o pai de Lizzie para a prisão e ela esperou por ele à saída do tribunal. Insultou-o e deu-lhe uma bofetada que o apanhou de surpresa. Supôs que a merecia.

Acariciou a face enquanto olhava para ela nos olhos, que cintilavam. Sem fazer caso das pessoas que se juntavam à volta para observar a cena, ela cerrou os punhos e perguntou, furiosa:

– És um canalha! Como pudeste ir para a cama comigo ontem à noite sabendo que ia acontecer isto?

– Acalma-te, Lizzie – tranquilizou-a, enquanto fazia um gesto à sua equipa para que se fosse embora. – Estás a fazer um espetáculo.

– Acalmar-me? Graças a ti, condenaram o meu pai.

Aos olhos de Lizzie, Charles Montgomery era inocente. E o resto do mundo, e sobretudo Damon, a quem se abraçara, ofegante, na noite anterior, podia ir para o inferno.

– E não me olhes assim. Não me assustas.

– Espero que não.

– Não me toques – disse ela, esquivando-o quando tentou abraçá-la para a consolar.

De soslaio, Damon viu que os guardas da empresa afastavam os espetadores e que o diretor da equipa legal do pai se aproximava. Indicou-lhe com a mão que se fosse embora. Lizzie merecia uma certa consideração. O juiz quisera transformar o pai dela num exemplo do que podia acontecer a outros que quisessem imitá-lo, por isso, sentenciara-o a uma condenação longa na prisão.

– O teu pai magoou muitas pessoas, Lizzie, não só a minha família.

– Basta! – gritou ela, ao mesmo tempo que tapava os ouvidos. – A única coisa que vos importa é o dinheiro!

– Tenho de proteger a minha família. E não só a minha família, mas todos os que trabalham na empresa. Não merecem que se faça justiça?

– E tu és um santo! – gritou ela, virando-lhe as costas.

O sentimento de culpa apoderou-se dele ao ver que soluçava em silêncio. Ter-se-ia comportado de outro modo na noite anterior se soubesse o que ia acontecer? Por muito que tentasse, não conseguia arrepender-se de ter ido para a cama com Lizzie. Só pensava em consolá-la, em protegê-la dos olhos dos curiosos. Contudo, Lizzie Montgomery não estava de humor para ser consolada.

– Odeio-te! – gritou, quando chegaram os seus amigos para a levar.

– Eu não te odeio.

Ela não tinha a culpa do que o pai fizera. E embora se enganasse ao ser leal, Damon entendia. Sentia o mesmo pelo seu pai, que passara a vida a gerir a empresa que Charles Montgomery quase destruíra.

O pai de Damon sempre se preocupara com as famílias que dependiam dele, uma responsabilidade que passaria ao filho um dia. Damon desejava seguir os passos do grande homem. Lizzie ainda não sabia, mas era outra vítima de Charles Montgomery. Damon pensava que, quando a madrasta avara acabasse com ela, Lizzie se veria na rua.

– Gostaria de te ajudar.

– Ajudar-me? – repetiu Lizzie, com desdém. – Nem pensar! Volta para os teus amigos ricos e para a tua vida confortável, menino do papá.

Seguiu-se outra série de insultos enquanto os amigos tentavam levá-la dali.

Damon sentiria a falta dela. Numa só noite, descobrira que era uma gata selvagem com um coração de ouro.

– O meu pai é inocente! – gritou ela, com toda a potência da sua voz, enquanto os amigos a arrastavam.

– O teu pai foi declarado culpado de todas as acusações – contra-atacou ele, com suavidade – No tribunal supremo deste país.

Lizzie soltou-se dos seus amigos e virou-se para o enfrentar.

– Por tua causa e dos da tua índole! – acusou, num tom que se assemelhava mais a um uivo agónico do que a uma frase. – Nunca te perdoarei! Ouves-me? Nunca!

– Nunca digas nunca, Lizzie – replicou ele, esboçando um leve sorriso.